AUTOR DO BLOG ENG.ARMANDO CAVERO MIRANDA SÃO PAULO BRASIL

"OBRIGADO DEUS PELA VIDA,PELA MINHA FAMILIA,PELO TRABALHO,PELO PÃO DE CADA DIA,PROTEGENOS DO MAL"

"OBRIGADO DEUS PELA VIDA,PELA MINHA FAMILIA,PELO TRABALHO,PELO PÃO DE CADA DIA,PROTEGENOS  DO MAL"

“SE SEUS PROJETOS FOREM PARA UM ANO,SEMEIE O GRÂO.SE FOREM PARA DEZ ANOS,PLANTE UMA ÁRVORE.SE FOREM PARA CEM ANOS,EDUQUE O POVO.”

“Sixty years ago I knew everything; now I know nothing; education is a progressive discovery of our own ignorance. Will Durant”

https://picasion.com/
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domingo, 4 de setembro de 2011

Como aumentar as inovações ?

FONTE: http://www.advivo.com.br/blog/fernando-augusto-botelho-rj/como-aumentar-as-inovacoes

Valor Econômico - Naercio Menezes Filho

A produtividade das empresas brasileiras é bem menor do que a das americanas, europeias e coreanas. Um relatório recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que a produtividade das empresas brasileiras (não explicada por máquinas e trabalhadores) é metade das americanas, o que contribui para que o PIB per capita do Brasil seja apenas 20% do americano. Na América Latina, as empresas brasileiras são mais parecidas com as colombianas e mexicanas em termos de eficiência, ainda distantes das líderes chilenas. Por que a produtividade das firmas brasileiras é tão baixa?

Muitas empresas brasileiras, principalmente as familiares e as protegidas da concorrência, adotam práticas gerenciais ultrapassadas. Mas, um dos principais fatores responsáveis pela menor produtividade das firmas brasileiras é sua reduzida quantidade de inovações, tanto no produto final como no processo produtivo. Os dados de patentes ilustram bem o atraso brasileiro na produção de novas técnicas. Em 2009 as empresas brasileiras obtiveram apenas 146 novas patentes nos Estados Unidos, ao passo que as coreanas conseguiram 9.400 e as americanas 93.700. Isso ocorre em grande parte devido aos baixos gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizados no Brasil. Enquanto o Brasil gasta apenas 1,1% do PIB com P&D, os EUA gastam 2,6% e a Coreia 3,2%, ao passo que Japão e Finlândia atingem quase 3,5%. Além disso, menos da metade do valor gasto com P&D no Brasil ocorre no setor privado.

O montante reduzido de gastos privados em P&D, por sua vez, reflete em grande parte o baixo nível educacional dos trabalhadores brasileiros. Como se sabe, a qualidade da educação oferecida aos jovens brasileiros está entre as mais baixas do mundo. Além disso, no Brasil somente 8% dos formados com nível superior são engenheiros, ao passo que na Coreia eles representam 25%. Apesar do número de doutores brasileiros ter crescido substancialmente nos últimos anos, apenas 12% obteve seu título nas áreas de engenharia e informática em 2009. Ou seja, há carência de jovens profissionais atuando nas áreas tecnológicas.

No Brasil, menos de 1/4 dos cientistas estão nas empresas. Nos EUA, 80% deles trabalham no setor privado

Em contrapartida, o número de artigos científicos publicados por brasileiros representa 54% do total publicado na América Latina e 2,63% do mundo. Dado que nossa produção científica não é tão baixa, tendo em vista o pequeno número de doutores formados todos os anos, porque nossas empresas não aplicam as ideias geradas pela academia para a produção de novas técnicas? Ocorre que no Brasil, menos de 1/4 dos cientistas trabalham em empresas, enquanto na Coreia metade deles está no setor privado e nos EUA são 80%. Uma parcela substancial das patentes e dos pesquisadores brasileiros está concentrada em apenas três empresas: Petrobras, Embrapa e Fiocruz. Há no Brasil uma distância enorme entre as empresas e as universidades para a produção de conhecimento aplicado.

Parte disto ocorre por razões históricas. A Coreia buscou integrar as universidades, os institutos de pesquisa e as empresas privadas em torno de um esforço de desenvolvimento tecnológico, voltado para ganhos de eficiência e exportações, ao mesmo tempo em que investia pesadamente numa educação de qualidade para sua população. Já o desenvolvimento industrial no Brasil sempre ocorreu com muita proteção. Como não havia a preocupação de competir no mercado externo, a maior parte das empresas brasileiras não buscava melhorar continuamente seus processos de gestão e inovação. Além disso, a industrialização brasileira foi baseada em máquinas e equipamentos, deixando de lado a educação. As coisas começaram a mudar com a abertura comercial, que forçou a competição com empresas mais eficientes de outros países.

Para tentar superar o problema da falta de inovações, o governo tem produzido diversos planos de ação e novas leis. Entre eles destacam-se o Plano de Ação em Ciência e Tecnologia, o Plano de Desenvolvimento da Produtividade, a lei da inovação, a lei do bem, além de várias políticas conduzidas pela Finep e pelo BNDES. As novas leis basicamente introduzem uma série de incentivos fiscais para empresas que gastam com P&D e inovação. Apesar de todo esse aparato legal, as empresas que mais acessam esse sistema de incentivos são as grandes empresas consolidadas, que não precisariam de incentivos para investir em P&D. O que está errado então?

Novas ideias muitas vezes surgem em microempresas, com jovens empreendedores desenvolvendo novos produtos. Essas empresas informais e mesmo as formais que operam pelo sistema de lucro presumido, não conseguem ter acesso a vários dos programas de incentivos do governo, que funcionam com base no desconto do imposto de renda a pagar. Além disso, a complexidade do sistema tributário brasileiro prejudica a expansão das firmas mais produtivas e eficientes. Por fim, várias empresas ineficientes sobrevivem graças a favores do governo e concessão de subsídios. É preciso simplificar o sistema tributário, melhorar a logística, aumentar a competição nos mercados e mudar as leis de inovação para que pequenas empresas com grandes ideias consigam sobreviver, inovar e expandir, levando eficiência para o resto da economia.

Naercio Menezes Filho, professor titular - Cátedra IFB e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e professor associado da FEA-USP, escreve mensalmente às sextas-feiras. (email: naercioamf@insper.edu.br)


SEPOC 2011 - M. Eng. Alessandro L. Batschauer - Parte 2/2

SEPOC 2011 - M. Eng. Alessandro L. Batschauer - Parte 1/2