DUAS VISÕES
Qual o papel da universidade em cooperações internacionais voltadas para a inovação?
Guilherme Sales Soares de Azevedo Melo,
diretor de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq
"O papel da universidade é total. Buscar a integração em
projetos que envolvam o mercado é o desafio que tem feito com que
procuremos aumentar a participação da universidade em projetos que não
sejam puramente acadêmicos. Essa atuação pode acontecer através de
parques tecnológicos, incubadoras ou estágios coordenados com empresas,
por exemplo. Para isso, nos espelhamos em exemplos internacionais de
êxito em cooperação para a inovação como a Universidade de Edimburgo e o
Imperial College, de Londres, e acreditamos na internacionalização para
criar programas de ponta. Uma forma muito interessante dessa troca está
acontecendo com o programa Ciência sem Fronteiras, a partir do qual
empresas estrangeiras já têm manifestado a intenção de criar centros de
pesquisa dentro de universidades brasileiras. A vantagem de tal parceria
é que essas empresas podem lançar mão da experiência de pesquisadores
brasileiros de qualidade, enquanto esses profissionais têm acesso a
novas estruturas e desafios baseados nas necessidades do mercado".
Johan Carlsten, vice-presidente da Chalmers University of Technology
"A Chalmers University of Technology tem relações com várias
empresas ao redor do mundo. Nós acreditamos que é muito importante ouvir
o mercado para melhorar as possibilidades de novos conhecimentos. O
conhecimento desenvolvido dentro da universidade precisa estar a serviço
dos atuais e futuros desafios do mundo. Para fazer parte disso, é
importante estar presente globalmente. É por isso que nós cooperamos com
o CISB – podemos, assim, estar conectados com atividades globais.
Acreditamos que a educação é uma maneira de conduzir esses desafios e o
programa Ciência sem Fronteiras do governo brasileiro é uma ferramenta
importante para criar um rico intercâmbio entre pessoas, empresas e
universidades. Normalmente, lidar com essa interface é muito fácil desde
que você se concentre no conhecimento competitivo. Quando a
universidade está perto do mercado, é possível trabalhar em um sistema
de inovação aberta. Esse contato é estimulante para a criatividade e
pode acontecer de diferentes maneiras. Por exemplo, a Chalmers pode
atuar como anfitriã para pesquisas de empresas, assim como os nossos
professores podem participar de programas de mobilidade dentro de outras
organizações".
http://www.cisb.org.br/boletim/BoletimCISB_002_2012_mar_pt.html
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